Mosquetões são os dispositivos de conexão mais conhecidos e utilizados em atividades verticais. São peças fundamentais para trabalhos em altura, alpinismo industrial e muitos esportes de aventura em especial a escalada e alpinismo. Hoje existem no mercado equipamentos com a mais alta tecnologia possível agregada nestas peças com intuito de otimizar peso, tamanho e resistência.
Será que conhecemos o conector?
Conectores são dispositivos metálicos de ligação com uma abertura para conexão de componentes, ao qual permite, ainda, os usuários assegurar um sistema unindo-o direta ou indiretamente a um ponto de ancoragem.
Existem muitos tipos e modelos, forjados a partir de diversos materiais, podendo ser de trabalho ou esporte, e cada um tem sua finalidade.
Normativas
Os mosquetões de uso profissional são equipamentos homologados e certificados pelas normativas brasileira (NBR 15.837) e europeia (EN 362) para os conectores de aço ou alumínio, com uma resistência longitudinal (eixo maior) mínima de 20kN para sua certificação.
Essas normas obrigam que os mosquetões tenham gravados no corpo, em caracteres indeléveis, nome do fabricante, as indicações de carga, a normativa técnica de certificação e um número de rastreabilidade.
Os mosquetões certificados com base nessas duas normas técnicas são para uso como parte de sistemas de proteção contra queda ou como parte de equipamentos de segurança.Já os mosquetões de uso esportivos utilizam como principal referência normativa a norma técnica europeia EN 12275.
Carga limite de trabalho
Carga limite de trabalho é a carga máxima que pode ser elevada por um item de equipamento de acordo com as condições especificadas pelo fabricante. De uma maneira comum, é a carga de resistência marcada no próprio mosquetão.
Essa informação de carga não deve ser confundida com a carga de ruptura do equipamento. Essa referência de carga é utilizada somente para efeitos de ensaios normativos em condições específicas.
Material
Os mosquetões podem ser construídos a partir de diversos materiais derivados do ferro. Os principais materiais utilizados são:
Aço Inoxidável
Aço Carbono
Alumínio
Tipos de fechamento e trava
O fechamento de um mosquetão pode ser manual ou automático. O mais conhecido é o fechamento automático por meio de um gatilho retrátil (dispositivo com mola) que volta automaticamente na posição fechada quando o mesmo é solto depois de estar aberto.
A trava do gatilho pode ser do tipo manual (rosca) ou automática.
Os sistemas de trava do gatilho dos mosquetões mais utilizados para prevenir uma abertura inadvertida quando o mesmo se encontra fechado são:
Gatilho simples;
Gatilho com trava de rosca (“screw lock”);
Gatilho com trava automática dupla ou tripla (“twist lock”).
Os mosquetões com gatilhos de trava automática devem ser usados em elementos vitais em que não seja necessário ser manuseado constantemente. Em geral não são muito cômodos de se usar. Não confundir com os que possuem fechamento automático com molas e sem travas.
Os mosquetões com gatilho de trava de rosca são os mais utilizados, porém, deve-se tomar extrema atenção para manter sempre rosqueados, travados e posicionados de forma que seu sistema de travamento sempre ocorra ao rosquear a trava no sentido de cima para baixo. Assim evitamos o risco de vibrações fazerem com que a rosca venha se abrir.
Os mosquetões com gatilho sem trava devem ser usados em elementos não vitais ou no transporte de cargas pequenas ou suporte de objetos. Na prática esportiva são usados nas costuras (elemento que mantem a corda presa a determinados pontos da rocha afim de minimizar o fator de queda).
Também devemos ter cuidados com a preservação e manutenção dos mosquetões. Um correto transporte (em bolsas e presos), acondicionamento (local abrigado, limpo e arejado) e manutenção (cuidados com sua limpeza e lubrificações ocasionais) ajudam consideravelmente a obter uma longa vida útil com o equipamento e evitar problemas durante seu uso com consequências mais graves.
Tradicionalmente os mosquetões possuem ranhuras na ponta de sua porta de fechamento. Isso faz parte do seu sistema de fechamento e serve como uma segurança adicional para que equipamentos não saiam facilmente quando o mosquetão utilizado para sua conexão esteja inadvertidamente aberto. Todavia, para as operações de resgate de alto desempenho onde se exige uma melhor capacitação dos resgatistas e rapidez nas ações esse tipo de mosquetão poderá se tornar um empecilho para os resgatistas.
Por isso nas operações de resgate os mosquetões do tipo “key lock” que possuem uma porta de fechamento sem ranhuras (lisa) é o modelo mais recomendado, pois oferece um dinamismo extremamente necessário para as manobras de resgate mais avançadas.
Os conectores podem ter diversos formatos de acordo com a atividade em que será usado. Os conectores mais comuns do tipo mosquetões são no formato oval, “D” ou “HMS”. Os conectores mais comuns do tipo malha rápida possuem formato oval, triangular ou semicircular. Existem outros formatos de conectores que obedecem ao conceito de aplicação do equipamento, como por exemplo os conectores em formato de gancho destinado a ser conectado diretamente a um tipo específico de ancoragem.
Os conectores são divididos em duas categorias: Uso profissional e uso esportivo
Uso Profissional
Atendem a norma técnica nacional NBR 15837 e a norma técnica europeia EN 362. São utilizados nas atividades laborais de trabalhos em altura, acesso por corda e resgates.
Classe A: Conector de ancoragem
Usado como conector de fechamento automático utilizado como componente de alguns equipamentos e concebido para permitir ao usuário fazer a conexão em uma determinada ancoragem, como por exemplo, vigas, tubos, olhais, etc. Podem ter uma grande abertura e são utilizados principalmente como conectores de ancoragem para os talabartes de segurança e para as varas de manobra.
Classe B: Conector de Base
O mais comum usado para fazer conexão entre equipamentos. Possuem vários formatos cada um adequado a função a que se destina o equipamento.
Por exemplo, para ser usado com uma polia deve-se usar o tipo oval (simétrico). Já para conexão de ancoragens com o uso de corda o mais indicado seria o mosquetão do tipo “D” (assimétrico). Os assimétricos possuem uma resistência um pouco maior devido ao seu formato.
Em geral o mesmo equipamento classe “B” pode possuir a certificação tanto para esporte como para trabalho.
Classe M: Conector Multiuso
Basicamente são conectores do tipo B, porém podem ser utilizados para diversos fins. Há quem use esta classe para tudo, desde ancoragens até para fazer conexão entre equipamentos. Estes mosquetões são mais resistentes do que os mosquetões básicos pois são submetidos a ensaios de resistência estática em seu eixo maior (mínimo de 20kN) e em seu eixo menor (mínimo de 15kN).
Classe Q: Malha Rápida
Conectores com trava manual de rosca que podem ser apertados com chave. Mais conhecidos como malhas rápidas, são usados em ancoragens ou em locais que devem permanecer fixo por um longo período. Também são aplicados nos cinturões esportivos para seu fechamento ou para conexão dos talabartes e bloqueadores de peito.
Para sua certificação esse conector deve ser submetido a ensaios de prova normativos sob uma carga mínima de resistência de 25kN em seu eixo maior, diferentemente dos demais conectores que são ensaiados sob uma carga mínima de 20kN.
Classe T: Conector terminal
São conectores de fechamento automático concebidos como elemento terminal de um subsistema ou equipamento. Possibilita executar a força somente em uma direção.
Uso Esportivo
Atendem a norma técnica europeia EN 12275. São utilizados nas atividades esportivas de montanhismo, escalada, espeleologia, canionismo e resgates alpinos.
Basicamente os mosquetões esportivos seguem os mesmos princípios de design e ensaios normativos dos mosquetões de uso profissional, muito embora possuam normas distintas. A grande diferença entre os dois tipos é que os mosquetões esportivos não possuem, em sua maioria, um sistema de travamento para seu gatilho.
Tipo B:
Mosquetão básico de fechamento automático com resistência suficiente para ser utilizado em sistemas de segurança, por exemplo, ancoragens de cordas. Existem modelos sem trava (somente o gatilho com mola) ou com trava manual ou automática. Amplamente utilizados em todos os seguimentos esportivos.
No alpinismo são utilizados nas costuras e para fazer ligação de partes não vitais como pedais e movimentação de equipamentos. Fácil e prático de se usar devido a única trava de mola. Para sistemas de segurança, como por exemplo, ancoragens de cordas ou conexão de descensores devem possuir algum tipo de sistema de trava para seu gatilho.
Tipo “H”
Mosquetão HMS em formato de “pera” projetado para sistemas de segurança dinâmicos, como por exemplo, montagem de um freio de descida com o nó dinâmico (meia volta do fiel ou UIAA). O acrônimo HMS é originário do nome que se dá ao nó dinâmico na língua germânica (“halbmastfurfsicherung”).
Tipo Q
Malha rápida com sistema de trava manual de rosca, trata-se do mesmo conector do Tipo Q de uso profissional. Podem ter diversos formatos, delta, oval, meia lua, etc., porém cada formato tem sua função. Por exemplo, a malha rápida em formato de meia lua é utilizada para fechamento da cadeirinha ventral de espeleologia.
Tipo K
Mosquetão com travamento automático para conexão em ancoragens de vias ferratas. Também chamado de Klettersteig que na língua germânica são chamadas as vias ferratas.
Tipo D
Mosquetões de com travamento rápido automática para uso em conjunto com eslingas e projetados para receberem cargas em uma única direção determinada.
Tipo X
Mosquetão com travamento automático projetado para pequenas cargas. Não oferecem uma proteção completa para os casos de queda de altura.
Tipo A
Mosquetão com travamento automático projetado unicamente para ser conectado a um tipo específico de ancoragem.
TASK – Segurança em Primeiro Lugar!
Fonte: taskbr